Marketing x Vendas
O marketing e as vendas são dois lados da mesma moeda. O
marketing aborda o ponto de vista do consumidor, e as vendas, o ponto de vista
da empresa. A princípio, as duas abordagens não devem ser concorrentes, mas
complementares, para o bem do cliente e da empresa. De qualquer maneira, se os
próprios consultores técnicos farão as vendas, recomenda-se um curso específico
de
técnicas de vendas.
técnicas de vendas.
Do ponto de vista do marketing, há muito a ser feito para
conquistar os clientes e predizer seus desejos. Pesquisar seu perfil com
cuidado e precisão ajudam muito. A outra arma, valiosíssima, é a consolidação
de uma marca forte.
A questão da marca
As empresas de maior sucesso há algumas décadas eram
reconhecidas pelo público e consumidores como uma extensão da personalidade de
seus fundadores. Nomes como Henry Ford, Werner von Siemens ou Gottieb Daimler
foram os precursores da era contemporânea de grandes corporações. Havia poucos
competidores, e as empresas que não possuíam uma identidade bem definida ou
comunicação eficiente não enfrentavam muitos problemas. Quando o seu fundador
morria ou se retirava dos negócios, suas ideias, conceitos e estilo de gestão
eram naturalmente incorporados como padrões por seus sucessores sem a
necessidade aparente do desenvolvimento de novas estratégias.
Somente na década de 20 é que as marcas começaram a ser
citadas no sentido em que conhecemos hoje. Nessa época, as marcas ofereciam
constância na qualidade, embalagens padronizadas, preços uniformes e os
respectivos serviços, porém, sem nenhuma emoção intencional transmitida.
Após a segunda guerra mundial, porém, o cenário se modificou, as
grandes corporações passaram a ser identificadas por sua marca, com uma
identificação maior de personalidade (não por coincidência, o advento do
conceito de marketing data dessa época também). A partir daí, os meios de
comunicação de massa foram acionados de maneira intensiva. Essa estratégia
promoveu de tal maneira o envolvimento emocional do consumidor com as marcas,
que hoje observa-se uma grande valorização destes nomes e sinais gráficos, a
ponto de atingirem valores de mercado muito superiores ao faturamento bruto
anual ou patrimônio físico das empresas que representam.
Diferentemente das marcas de produtos, que estão associadas a algo físico e palpável, as marcas corporativas são mais complexas. Segundo Simões e Dibb (9), “a entidade na marca corporativa possui um nível mais alto de intangibilidade, complexidade e responsabilidade (social), fazendo com que seja muito mais difícil construir uma marca coerente”.
Diferentemente das marcas de produtos, que estão associadas a algo físico e palpável, as marcas corporativas são mais complexas. Segundo Simões e Dibb (9), “a entidade na marca corporativa possui um nível mais alto de intangibilidade, complexidade e responsabilidade (social), fazendo com que seja muito mais difícil construir uma marca coerente”.
A marca é a garantia de um produto original, e, portanto, uma
garantia para o usuário e uma responsabilidade para o fabricante. Essa
responsabilidade se materializa em três componentes que incidem sobre o
proprietário de uma marca no mercado: a garantia de sua responsabilidade
pública como fabricante; a garantia de autenticidade contra fraudes, imitações,
plágios e falsificações; e a garantia de constância da qualidade. Por isso, é
normal que o consumidor escolha uma marca de leite em pó conhecida em
detrimento de uma que ele nunca ouviu falar, mesmo que essa última seja mais
barata. Se os preços forem iguais, o produto sem marca consolidada fica
bastante prejudicado na competição.
As marcas, ressalta artigo publicado na revista inglesa The
Economist (10), só possuem valor em lugares onde os consumidores têm o direito
de escolha. Eis porque é menos comum se encontrar esforços de administração da
marca em serviços públicos, normalmente oferecidos sem concorrência. Marcas
são, na verdade, ferramentas que as empresas se utilizam para obter a lealdade
dos consumidores. Para que este objetivo seja alcançado, várias técnicas são utilizadas,
sendo a mais comum associar um estilo de vida ou conjunto de ideais à marca. O
consumidor então chega a pagar mais apenas por se sentir identificado com ela
(ou querer ser reconhecido por este perfil). Essa necessidade de identificação
e reconhecimento, porém, não se originou com a marca. Em todas as eras e povos,
existem sinais claramente identificadores de castas, situação social ou
religiosa, posses, entre outros, que podem ser representados por vestimentas,
acessórios, pinturas corporais ou comportamentos.
Moon (11) acredita que a marca é o resultado da experiência do
consumidor: “Marcas residem na experiência do consumidor, um resultado da sua
experiência de compra, de uso e de disposição. Marcas vivem dos corações e
mentes do consumidor como associações emocionais, mentais e cinestésicas com o
principal benefício do produto ou serviço.”
Walton (12) enfatiza a importância da marca para uma empresa
quando afirma: “Marcas (..) são o modo como as empresas constroem
relacionamentos com seus clientes e colaboradores (..) elas necessitam ser
nutridas por administradores e designers talentosos. Elas necessitam ser
avaliadas e renovadas (..) as pessoas continuam a buscar relacionamentos
gratificantes (..)”
Berger (13) declara: “marcas não são apenas nomes em embalagens. Este é um ponto crucial que todos os que trabalham na empresa, do gerente de marketing ao presidente precisam entender (..) marcas são mantidas por uma valiosa relação com o consumidor (..) Uma marca forte representa um relacionamento entre o consumidor e o produto que se estende além do produto, por uma significativa conexão emocional.”
Berger (13) declara: “marcas não são apenas nomes em embalagens. Este é um ponto crucial que todos os que trabalham na empresa, do gerente de marketing ao presidente precisam entender (..) marcas são mantidas por uma valiosa relação com o consumidor (..) Uma marca forte representa um relacionamento entre o consumidor e o produto que se estende além do produto, por uma significativa conexão emocional.”
Frostell (14), vai mais além: ele afirma que as pessoas gostam
das marcas porque estas facilitam a escolha na hora da compra, em termos
práticos e emocionais. Como as grandes marcas vendem imagens e estilos, é mais
fácil para as pessoas se identificarem com determinados produtos, seja por real
afinidade ou por desejo de ascender a esse mundo ou estilo de vida. Usando
marcas cuidadosamente escolhidas, essas pessoas são facilmente classificáveis
(grupo social, faixa etária, comportamento, etc) externamente, atendendo a uma
necessidade de aceitação. Com produtos genéricos, há um trabalho maior em
transmitir uma imagem ou estilo tão bem definidos.
Credibilidade e reputação
Credibilidade e reputação
Além da marca, a credibilidade e a reputação de uma empresa
são fatores importantes para que o consumidor possa confiar no produto que está
adquirindo. Para entender melhor o que isso significa, é importante que se
conheça três conceitos importantes: a identidade corporativa, a imagem
corporativa e a reputação corporativa.
Identidade
corporativa
Identidade corporativa é tudo o que a empresa é: o conjunto de
características que, combinadas, fazem com que a empresa (ou o profissional)
seja única, especial, diferente das outras. Quando a identidade corporativa é
bem definida e comunicada, tanto o mercado como o público sabem o que esperar
da empresa em determinadas situações. Por exemplo: se ocorre um erro qualquer
em um procedimento de uma empresa que transmite seriedade e ética, a primeira
reação da parte afetada é concluir que o erro não foi proposital e que o
problema será resolvido da maneira mais justa para todos os envolvidos. Se a
empresa tem atitudes ambíguas e sua identidade não é bem clara, as conclusões
podem ser bem diversas: que o erro foi proposital e que a empresa quer tirar
vantagem do ocorrido, que a luta será árdua até que os direitos sejam
garantidos e os prejuízos ressarcidos. Pensamentos menos nobres passarão pela
cabeça das pessoas e as consequências poderão levar o incidente muito além das
suas dimensões originais...
Além de credibilidade, a identidade também serve para definir
claramente o diferencial competitivo. Existem amigos seus que chamam atenção
por fazer alguma coisa bem: Ingo se destaca por sua capacidade de planejamento
e análise de sistemas; Adoniran é lembrado como um bom administrador, que sabe
lidar com pessoas; Allan é uma pessoa prestativa, sempre pronta a ajudar.
Com as empresas, ocorre algo semelhante: quando se pensa em
design, a primeira empresa que vem à mente é a Apple Computadores; você quer
qualidade? Mercedes- Benz; respeito ao meio ambiente remete à empresa de
cosméticos Natura, e por aí vai.
Em resumo: a identidade corporativa nada mais é do que a
marca, o conteúdo e a embalagem de uma empresa inteira. E o conhecimento e
domínio dessa identidade é o primeiro passo essencial para que a empresa possa
se diferenciar das outras.
Imagem corporativa
Imagem corporativa
A imagem não é o que a empresa é, mas que as pessoas veem. Ou,
em outras palavras, imagem não é o que você diz, mas o que o outro entende.
Cabe ao interessado em transmitir a identidade o cuidado para que ela seja bem
entendida. Como não se pode entrar na cabeça das pessoas e programar os seus
neurônios (e mesmo se pudéssemos, não seria ético), é importante evitar
contradições e informações dúbias. Se uma das características de identidade da
empresa é atender bem, esse princípio deve ser sempre respeitado. Senão, ocorre
a síndrome da “roupa nova do rei”: a empresa acha que sua identidade está
definida, ótima, linda e bem vestida e o que o povo está vendo é outra coisa
bem diferente.
Reputação corporativa
Reputação corporativa
Assim como a imagem, a reputação também está nos olhos do
observador. A diferença é que a reputação se forma quando o observador compara
a imagem que ele tem da empresa com um padrão que ele julga apropriado,
formando aí um juízo de valor. A reputação está associada a sentimentos e
experiências que esse observador tem com a empresa, uma combinação de
percepções racionais e emocionais. Estudiosos classificam seis grupos de
atributos que compõe a reputação:
Apelo
emocional: o quanto a empresa é
admirada, amada e respeitada.
Produtos
e serviços: como são percebidas a qualidade, inovação, valor e
credibilidade dos produtos e serviços que uma empresa comercializa.
Performance
financeira: como são percebidas a lucratividade, as perspectivas e
os riscos da empresa.
Visão e
liderança: O quão a empresa demonstra ter visão clara e forte
liderança.
Ambiente
de trabalho: percepção de quão bem a empresa é
administrada, como é feito o trabalho e a qualificação de seus funcionários.
Responsabilidade
social: percepções da empresa como boa cidadã em suas relações
com a comunidade, seus funcionários e o ambiente.
Perigos a evitar
É importante que fique claro que a identidade corporativa é um
processo contínuo de autoconhecimento e que, durante a análise, nem sempre os
gestores da empresa encontrarão os resultados esperam ou desejam. É mais comum
que eles se deparem com problemas de imagem e comportamento, fazendo ruir
castelos de areia.
adianta comunicar valores falsos, crenças irreais e conceitos que não correspondem à realidade da empresa. O mercado é esperto em detectar personalidades esquizofrênicas.
adianta comunicar valores falsos, crenças irreais e conceitos que não correspondem à realidade da empresa. O mercado é esperto em detectar personalidades esquizofrênicas.
A decisão mais acertada, quando deparados com a dura
realidade, é tentar identificar os problemas e corrigi-los, de maneira a agir
pro ativamente na mudança de realidade. Atingido um patamar mínimo aceitável,
só então pode se iniciar a divulgação dessa identidade.